segunda-feira, 24 de junho de 2024

Síndrome de Tourette: entenda o que é!

A Síndrome de Tourette (reconhecida pelo DSM-5 e CID-11 como um transtorno neuropsiquiátrico) é um transtorno neurológico caracterizado por tics motores e vocais involuntários. Esses tics são movimentos e sons súbitos, rápidos e recorrentes que a pessoa não consegue controlar. A condição é parte de um grupo de transtornos que envolvem tics, mas Tourette é geralmente o mais complexo.

Essa síndrome foi descrita pela primeira vez em 1885 pelo neurologista francês Georges Gilles de la Tourette. Ele relatou nove casos de pessoas com tics motores e vocais, consolidando a base para o diagnóstico do transtorno que hoje leva seu nome. Apesar de ter sido descrita no século XIX, a Tourette ganhou mais atenção e reconhecimento nos últimos 50 anos, com avanços significativos em pesquisa e tratamento.

Viver com a Síndrome de Tourette pode ser um desafio, mas com o suporte adequado e estratégias eficazes, é possível levar uma vida plena e produtiva, para isso é importante aprender sobre a condição e conversar sobre isso com aqueles ao seu redor, para que entendam melhor os sintomas e saibam lidar com eles. Além disso, técnicas de relaxamento, como meditação e exercícios físicos, podem ajudar a reduzir a frequência e intensidade dos tics.

Esse texto visa informar e contribuir, para que seja possível amenizar qualquer sintoma que cause algum tipo de desconforto ou prejuízo na vida cotidiana.

Quais são os sintomas da Síndrome de Tourette?

Os sintomas da Síndrome de Tourette geralmente aparecem na infância, entre os 5 e 10 anos, mas também podem persistir ou se manifestar na idade adulta. Os principais sintomas:

Tics Motores Simples: movimentos breves e repetitivos, como piscar os olhos, encolher os ombros ou fazer caretas.

Tics Motores Complexos: movimentos mais coordenados, como pular, tocar em objetos ou fazer gestos obscenos (conhecido como copropraxia).

Tics Vocais Simples: sons involuntários, como tosses, grunhidos, ou fungadas.

Tics Vocais Complexos: palavras ou frases repetidas, palavrões (coprolalia) ou repetição de palavras ou frases de outras pessoas (ecolalia).

E como identificar a Síndrome de Tourette?

Identificar a Síndrome de Tourette pode ser desafiador, especialmente em adultos, já que os tics podem variar em intensidade e frequência. Se você ou alguém que você conhece está exibindo tics motores e/ou vocais, existem algumas etapas para ajudar a identificar a condição:

Observação dos Sintomas: anote quando e como os tics ocorrem. Eles são frequentes? Variam de intensidade?

Histórico Médico: consulte um neurologista ou psicólogo para discutir os sintomas e o histórico médico. É importante excluir outras condições que possam causar tics.

Avaliação Psicológica: um psicólogo pode realizar avaliações específicas para entender melhor os tics e qualquer outro sintoma associado, como transtornos de ansiedade ou déficit de atenção.

Exames Complementares: em alguns casos, exames neurológicos podem ser necessários para descartar outras condições.

Tratamento

Embora não exista uma cura definitiva para a Síndrome de Tourette, existem várias opções de tratamento que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Terapia Comportamental: técnicas como a Terapia de Reversão de Hábitos (HRT) e a Exposição e Prevenção de Resposta (ERP) são eficazes na redução de tics.

Medicamentos: em casos mais severos, medicamentos como antipsicóticos ou medicamentos para controle de tics podem ser prescritos. É importante conversar com um médico sobre os benefícios e possíveis efeitos colaterais.

Terapia Ocupacional: ela ajuda a desenvolver habilidades para lidar com os tics no dia a dia e minimizar seu impacto em atividades cotidianas.

Apoio Psicológico: a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar a tratar transtornos associados, como ansiedade e depressão, que muitas vezes acompanham a Tourette.

Estimulação Cerebral Profunda (ECP): em casos extremos, onde outros tratamentos não foram eficazes, a ECP pode ser considerada. Este é um procedimento cirúrgico que envolve a implantação de eletrodos no cérebro para ajudar a controlar os tics.

A Síndrome de Tourette é uma condição complexa, mas com o conhecimento e as estratégias certas, é possível gerenciar os sintomas. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando essa condição, saiba que não está sozinho. O apoio de profissionais qualificados pode fazer toda a diferença.

Se possível, conecte-se com grupos de apoio e outras pessoas que tenham Tourette. Compartilhar experiências e estratégias pode ser muito útil.

Espero que este post tenha sido informativo e relevante. Se você tiver alguma dúvida ou quiser compartilhar sua experiência, deixe um comentário abaixo. Caso queira agendar uma consulta clique aqui 👈

Vício em Jogos: como entender e tratar essa questão

O vício em jogo, especialmente em jogo de aposta como o 'jogo do tigrinho', é um problema crescente entre pessoas de todas as idades. A atração pelo risco e a adrenalina das apostas podem se transformar em um comportamento compulsivo, afetando negativamente diversos aspectos da vida. Este texto abordará as causas, efeitos e formas de tratamento deste vício, incluindo a ludoterapia, uma abordagem inovadora e eficaz.

Os jogos de apostas apresentam riscos adicionais (se comparados aos jogos que não envolvem dinheiro) pois neles existe a possibilidade de grandes ganhos financeiros, o que pode ser uma atração irresistível, mas também pode levar a grandes perdas e comportamentos compulsivos. Esses jogos são projetados para serem altamente estimulantes e viciantes, aumentando o risco de desenvolvimento de um vício.

Causas do Vício em Jogos

O vício em jogos não surge do nada. Vários fatores podem contribuir para o desenvolvimento desse problema, como:

Estresse: muitos homens adultos recorrem aos jogos como uma forma de escapar do estresse diário. O alívio temporário que os jogos proporcionam pode rapidamente se transformar em um hábito prejudicial.

Predisposição genética: pesquisas indicam que algumas pessoas têm uma predisposição genética para o vício, o que pode aumentar significativamente o risco de desenvolver um comportamento de jogo compulsivo.

Ambiente social: a influência de amigos, familiares e influenciadores que jogam regularmente pode normalizar o comportamento de jogo e aumentar a probabilidade de vício.

Os efeitos do vício em jogos podem ser devastadores e abrangem várias áreas da vida de uma pessoa

Problemas financeiros: a compulsão por apostar grandes quantias de dinheiro pode levar a dívidas consideráveis, dificuldades financeiras e até mesmo à falência. Casos assim são divulgados frequentemente na mídia.

Isolamento social: indivíduos viciados em jogos frequentemente negligenciam relacionamentos pessoais, resultando em isolamento social e perda de conexões importantes.

Deterioração da saúde mental: a ansiedade e a depressão são comuns entre os jogadores compulsivos, muitas vezes exacerbadas pelo ciclo de perda e culpa.

Sinais de Alerta

Identificar os sinais de alerta do vício em jogos é crucial para buscar ajuda a tempo. Alguns indicadores de que alguém pode estar lutando contra esse problema são:

Gasto excessivo de tempo e dinheiro: se você ou alguém que você conhece está dedicando muito tempo e recursos financeiros aos jogos, isso pode ser um sinal de vício.

Negligência de responsabilidades: deixar de lado obrigações profissionais, familiares ou sociais em favor do jogo é um forte indicativo de comportamento problemático.

Mudanças de humor: flutuações de humor extremas, especialmente após vitórias ou perdas no jogo, podem ser um sinal de vício.

Ludoterapia

A ludoterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza o jogo como meio de tratamento. Embora muitas pessoas possam pensar em jogos apenas como uma forma de entretenimento, na ludoterapia, eles são usados de maneira estruturada para ajudar os pacientes a explorar e resolver problemas emocionais e comportamentais.

Eficácia no tratamento de vícios: estudos têm mostrado que a ludoterapia pode ser especialmente eficaz no tratamento de vícios, pois permite que os indivíduos expressem sentimentos e conflitos de maneira não-verbal, facilitando o processo terapêutico. Por exemplo, um estudo de caso com um paciente que lutava contra o vício em jogos mostrou melhorias significativas em seu bem-estar emocional e comportamental após várias sessões de ludoterapia. Os jogos usados em sessões terapêuticas ajudam a desenvolver habilidades de resolução de problemas e a entender melhor as emoções, promovendo um caminho mais saudável para a recuperação.

Formas de Tratamento

A boa notícia é que o vício em jogos é tratável. Várias abordagens têm se mostrado eficazes:

Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): a TCC (que é a minha abordagem) é uma das formas mais eficazes de tratar o vício em jogos. Ela ajuda os pacientes na identificação e mudança de padrões de pensamento negativos e comportamentos prejudiciais, substituindo-os por hábitos mais saudáveis.

Ludoterapia: como mencionado anteriormente, a ludoterapia pode ser uma ferramenta poderosa no tratamento do vício em jogo, ajudando os pacientes a explorar suas emoções de maneira segura e controlada.

Concluindo

O vício em jogos é um problema sério que pode afetar profundamente a vida de uma pessoa. No entanto, é importante lembrar que a ajuda está disponível e o tratamento pode fazer uma grande diferença. Se você ou alguém que você conhece está lutando contra o vício em jogos, não hesite em buscar apoio. Caso queira marcar uma consulta comigo, clique aqui 👈

quinta-feira, 20 de junho de 2024

Entendendo e Gerenciando a Ansiedade: um pequeno Guia para Ansiosos

A ansiedade é um estado comum que afeta um grande número de pessoas globalmente. Este pequeno guia explora o conceito de ansiedade, seus sintomas, fatores desencadeantes e estratégias práticas para gerenciar e minimizar seu impacto na vida cotidiana.

O Conceito de Ansiedade

A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações estressantes, mas pode se tornar problemática quando passa a ser persistente, começando a interferir nas atividades diárias. Os sintomas são variados e incluem preocupação excessiva, tensão muscular, palpitações e outros sintomas físicos, emocionais e comportamentais.

Sintomas Comuns
  • Preocupação Excessiva: sentimento contínuo de apreensão.
  • Sintomas Físicos: tensão muscular, suor, tremores, dores de barriga, batimento cardíaco acelerado.
  • Sintomas Emocionais: medo intenso, irritabilidade, dificuldade de concentração.
  • Sintomas Comportamentais: evitar situações desencadeadoras, isolamento, comportamentos repetitivos.

Algumas Causas da Ansiedade
  • Fatores Genéticos: predisposição familiar para transtornos de ansiedade.
  • Fatores Ambientais: estresse no trabalho, problemas financeiros, eventos traumáticos.
  • Fatores Psicológicos: personalidade, padrões de pensamento negativos.

Algumas Formas de Tratamento
  • Terapia Cognitivo-Comportamental (minha abordagem terapêutica): reconhecida por sua eficácia, ajuda o paciente a identificar e modificar padrões de pensamento negativos.
  • Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT): foca na aceitação de pensamentos e sentimentos negativos, promovendo mudanças positivas.
  • Intervenções medicamentosas com antidepressivos e/ou ansiolíticos: regulam desequilíbrios químicos no cérebro associados à ansiedade e podem aliviar sintomas agudos de ansiedade (a prescrição e monitoramento do uso devem acontecer por um médico psiquiatra).
  • Exercício Físico: libera endorfinas, melhorando o humor e reduzindo a ansiedade.
  • Mindfulness e Meditação: promovem redução do estresse ao aumentar a consciência do momento presente.
Consultar um profissional de saúde mental é crucial para desenvolver um plano de tratamento personalizado para o transtorno de ansiedade, integrando diversas abordagens terapêuticas e mudanças no estilo de vida.

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terça-feira, 11 de junho de 2024

Terapia para Homens: Importância e Benefícios

A terapia tem se mostrado uma ferramenta poderosa para o bem-estar mental e emocional de homens, apesar de ainda haver estigmas em torno dela. Neste artigo, pretendo falar sobre a importância da terapia para homens, seus benefícios e como ela pode ser uma fonte crucial de apoio emocional.

Culturalmente, os homens enfrentam pressões para serem fortes e resilientes, o que pode dificultar a expressão de vulnerabilidade emocional. Esse estigma pode resultar em problemas de saúde mental não tratados e também em isolamento social. 

Segundo a OMS, 78% dos casos de autoextermínio em 2019 tiveram homens como vítimas.

Gestão do Estresse e Ansiedade

A terapia oferece um espaço seguro para homens discutirem e aprenderem a lidar com o estresse e a ansiedade de maneira construtiva. Estratégias como a terapia cognitivo-comportamental (que é a minha abordagem) são eficazes para desenvolver habilidades de enfrentamento.

Melhoria dos Relacionamentos Interpessoais

Ao explorar suas emoções e pensamentos em terapia, os homens podem melhorar significativamente seus relacionamentos amorosos, familiares e com colegas de trabalho. Isso ocorre através do aumento da compreensão emocional e da comunicação eficaz.

Fortalecimento da Saúde Emocional

A terapia proporciona um ambiente onde os homens podem explorar traumas passados, padrões de comportamento prejudiciais e desenvolver resiliência emocional. Isso contribui para uma saúde emocional forte e duradoura.

Mitos Comuns Sobre a Terapia para Homens

"Homens não precisam de terapia, devem resolver seus próprios problemas."

Essa percepção é prejudicial, pois a terapia não é sobre fraqueza, mas sim sobre autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Aprender a gerenciar emoções e a resolver conflitos é fundamental para uma vida plena, organizada e satisfatória.

"Terapia é apenas para quem tem problemas mentais graves."

Na verdade, a terapia pode beneficiar qualquer pessoa que busque melhorar sua qualidade de vida, independentemente do grau de gravidade dos problemas enfrentados.

Como Encontrar um Terapeuta Adequado

Encontrar um terapeuta que compreenda as especificidades das questões enfrentadas pelos homens é crucial. Recomenda-se buscar profissionais com experiência em lidar com problemas comuns entre homens, como estresse relacionado ao trabalho, inseguranças masculinas, timidez excessiva, vícios, separações, paternidade, entre outros assuntos.

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sexta-feira, 17 de março de 2023

Assumindo a responsabilidade no processo terapêutico

Não é fácil assumir responsabilidades. Com o passar dos anos, elas aumentam, se acumulam e aí só temos a opção de encará-las. Muitas vezes é desesperador, pois nos vemos perdidos.

Algumas responsabilidades não podem ser transferidas ou delegadas aos mais próximos. Um exemplo: mudança em hábitos alimentares! Você pode se consultar com um médico, um nutricionista e então passar a seguir um cardápio personalizado. Você delegou esse serviço a outra pessoa, mas se alimentar de acordo com o que foi sugerido só depende de você! Essa é a sua responsabilidade no processo. Não existe possibilidade de ser uma pessoa saudável se você não fizer a sua parte. O protagonista de sua história é você! Outras pessoas irão lhe auxiliar, aconselhar, ajudar, mas você precisará trilhar o caminho com seus próprios pés.

Em consultas, não raramente, vejo que existe uma grande expectativa. Me sinto feliz quando recebo alguém que está disposto a mudar, que se interessa pela terapia, mas colocar toda a responsabilidade pela sua vida nas mãos de outra pessoa não é bom. O meu trabalho consiste em ouvir, captar cada informação da maneira mais sensível possível e entender a causa daquele problema. Após isso, com base em tudo o que estudei e experienciei, planejo e traço a rota do tratamento. Ter paciência e seguir as orientações é essencial para que os resultados apareçam. Sua participação ativa é fundamental! E isso é válido para qualquer outra coisa em sua vida. Seja para fazer exercícios em uma academia (com um personal lhe auxiliando) ou aprender um novo idioma.

A terapia não é uma fórmula mágica e, geralmente, problemas crônicos têm tratamento demorado. O problema se acumulou, logo, precisaremos de tempo para resolvê-lo. Tenha calma, não desista! Melhorar, ser mais feliz e saudável é totalmente possível e, acredite em mim, você merece! Vamos tentar isso juntos? Se você está aqui e decidiu assumir a responsabilidade de mudar para melhor, veja esse texto que escrevi com algumas dicas interessantes: dicas para melhorar sua energia.

Caso precise de apoio, você poderá me escrever em: bfelipe.psi@gmail.com

sábado, 11 de março de 2023

Como acabar com o ciúme que sinto da minha namorada?

Já faz um tempo que recebi essa pergunta no Instagram, mas como é um assunto que exige um pouco mais de profundidade, resolvi escrever um texto.

Esse tema é bem interessante, já que fala de algo que nos é comum: o possuir. O ciúme está diretamente ligado a nossa ideia do “ter”. Nós sentimos ciúme de algo/alguém que julgamos nos pertencer (mesmo que o objeto do ciúme não tenha qualquer relação conosco).

Quando nos sentimos inseguros, detectamos ameaças em todos os locais. Cada pessoa, cada gesto, ação ou tentativa que o outro faça de ter um mínimo de privacidade, já nos dá o alerta de perigo. Qualquer um pode “roubar” o nosso lugar no coração e na vida daquela pessoa que tanto estimamos.

“Quem ama, cuida”

É verdade. Em geral, quem ama também costuma cuidar. Apesar de carinhosa, essa frase é um pouco perigosa e muitas vezes é usada para justificar algumas atitudes que não são saudáveis. O sentimento de posse e insegurança está longe do amor e, quanto mais alimentamos o ciúme, menos atenção damos aos bons sentimentos. Cuidar, amar e se preocupar é super positivo, mas tenha cuidado para não sufocar, prender ou privar o ser amado.

Como amenizar o ciúme

– Segurança! Todos nós somos seres de valor e temos nossas qualidades. O problema é que muitas vezes não enxergamos isso. Nos comparamos, nos sentimos inferiores, menores, focamos na autocrítica em demasia… Para trabalhar a segurança, faça uma autoanalise, reconheça o que lhe agrada. Liste pontos que você considera que sejam diferenciais. Trabalhe para melhorar o que VOCÊ considera um problema e busque conviver bem com aquilo que você ainda não se sente pronto para modificar. Exercite isso.

– Relacionamentos de confiança. Esse é um ponto muito, muito importante! Como ninguém pode exigir confiança (é algo que se constrói com o tempo), procure motivos para confiar na sua parceira(o). Observe, analise os padrões de comportamento das pessoas com quem você se relaciona e reflita sobre isso. Pense se existe uma razão para que você se sinta inseguro(a). Houve traição? Isso foi verdadeiramente superado? Você se sente valorizado(a)? Há diálogo? Há colaboração? Críticas são constantes? Você se sente ameaçado(a) quando qualquer pessoa se aproxima do ser amado? Além da análise, note se a sua percepção do outro não é supervalorizada. É fundamental entender a outra pessoa como ser humano passível de erros, possuidor de defeitos e qualidades, assim como você.

– Conecte-se. O diálogo, as demonstrações de carinho, admiração, reconhecimento e zelo são essenciais para manutenção de toda e qualquer relação. A proximidade cria intimidade e conexão, portanto, gera estabilidade e confiança.

– Livre-se da paranoia. Alguns relacionamentos dão certo por muito tempo, outros por pouco e alguns nem chegam a começar. Isso faz parte da vida e é necessário aprender a lidar com essas possibilidades. Gastar tempo e energia em algo que lhe faz mal e lhe deixa triste, apenas irá atrasar sua vida. Não deixe que o outro seja o protagonista da sua história! Se você passa mais tempo se preocupando com o que o parceiro está fazendo (e esquece de si), a relação não está saudável.

– Tenha um propósito de vida. Faça atividades prazerosas e úteis. Se dedique a cursos que tenham a ver com você e cogite fazer trabalho voluntário. Faça algo que lhe dê motivação e realização. Quais são suas metas e sonhos? Realizar algo para si é uma excelente maneira de tirar o foco do ser amado. Seja uma pessoa produtiva.

– O passado. É comum que um histórico de relacionamentos ruins acabe afetando o relacionamento atual, pois os traumas não foram devidamente trabalhados e tratados. Reflita sobre a repetição de padrão em suas relações.

– Faça terapia! Essa é a melhor forma de entender a raiz do ciúme, de identificar de onde vem esse sentimento, de trabalhar as inseguranças, o medo de rejeição, a autoimagem, entender a forma como você se comunica com sua parceira(o) e traçar estratégias para se sentir bem.

– Divirta-se! O que você gosta de fazer nos momentos de folga? Não vale falar que é estar ao lado da namorada(o)! rs. O que lhe dá prazer? Dançar? Ler um livro? Conversar com amigos? Jogar baralho? Ir ao cinema? Então faça isso! Tire momentos para se descobrir e deixe o outro aproveitar alguns momentos com outras pessoas também. Com isso, você trabalha o autoconhecimento, segurança e ainda se distrai. Um relacionamento “arejado” é muito mais leve e feliz.

Resumindo:

Para vencer o ciúme, busque o autoconhecimento e segurança. Tente se relacionar com pessoas que te façam bem e que se mostrem confiáveis. Fortaleça seu vínculo com essas pessoas, para que você tenha total liberdade para ser quem você é e, também, para assegurar ao outro que ele poderá ser honesto e verdadeiro contigo. Assim se constrói uma vida tranquila e sem ciúme.

Se, mesmo seguindo estes conselhos, você ainda não consegue confiar na outra pessoa ou está vivendo em um relacionamento abusivo (com alguém que te fere e deprecia), talvez seja a hora de seguir em frente e deixar essa pessoa nociva em seu passado. Claro que nem sempre isso é fácil, mas o meu papel aqui é te ajudar.

Espero que você tenha gostado e que esse texto tenha sido de alguma ajuda. Caso você queira que algum tema específico seja abordado, dê sua sugestão na área de comentários.

segunda-feira, 6 de março de 2023

Falando um pouco sobre Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

Como alguns de vocês já sabem, a minha abordagem terapêutica é a TCC. Apesar de ser uma abordagem bastante conhecida, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre ela. Hoje resolvi explicar melhor como essa terapia funciona.

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica que se concentra na relação entre os pensamentos, sentimentos e comportamentos de uma pessoa. A TCC é baseada na ideia de que nossos pensamentos afetam nossos sentimentos e comportamentos, e que mudar nossos pensamentos pode ajudar a mudar nossos comportamentos e emoções.

Aqui estão alguns conceitos e técnicas chave da TCC:

Identificação de pensamentos negativos: a TCC ensina os pacientes a identificar seus padrões de pensamento negativos ou distorcidos, como pensamentos catastróficos, auto-críticas ou generalizações. Esses pensamentos podem levar a sentimentos negativos e comportamentos disfuncionais.

Reestruturação cognitiva: uma vez que os padrões de pensamentos negativos são identificados, o terapeuta ajuda o paciente a desafiar e mudar esses pensamentos para algo mais positivo e realista. Essa técnica é chamada de reestruturação cognitiva.

Exposição: a TCC frequentemente envolve a exposição gradual a situações ou objetos que provocam ansiedade ou medo, com o objetivo de reduzir a resposta emocional negativa.

Habilidades comportamentais: a TCC ensina habilidades comportamentais específicas para ajudar os pacientes a lidar com problemas emocionais, como habilidades de resolução de problemas, habilidades de comunicação, habilidades de relaxamento e habilidades de assertividade.

Monitoramento do progresso: durante a terapia, os pacientes são encorajados a monitorar seu progresso e avaliar suas emoções e comportamentos em relação aos objetivos estabelecidos.

A TCC é frequentemente usada para tratar transtornos de ansiedade, depressão, transtornos alimentares, transtornos de personalidade, dependências e muitos outros problemas emocionais e comportamentais. A TCC é uma abordagem baseada em evidências e é amplamente reconhecida como uma terapia eficaz para muitos problemas de saúde mental.

Espero que esse post tenha te ajudado a entender melhor a TCC. Caso você tenha alguma dúvida, sinta-se livre para colocá-la nos comentários.